O Tribunal de Contas de Santa Catarina, que completa 60 anos de criação no dia 4 de novembro deste ano, deverá iniciar a reforma dos blocos A e B e anexo da sua sede na segunda quinzena de maio. A informação foi repassada pelo coordenador de Engenharia do TCE/SC, engenheiro Angelo Luiz Buratto. Segundo ele, o trabalho está previsto para ser concluído em 15 meses, caso não haja nenhum contratempo.
A ideia é fornecer mais espaço e segurança — com a obtenção do “habite-se” geral — aos espaços e adequá-los aos padrões e conceitos arquitetônicos do novo edifício-sede, inaugurado no final de 2012. Para o presidente do Tribunal, conselheiro Luiz Roberto Herbst, a reforma do prédio faz parte de um projeto maior que tem como objetivo padronizar a estrutura física, dar condições iguais de trabalho aos servidores e melhorar os locais de atendimento ao público que visita o TCE/SC. “As novas instalações nos blocos A e B foram projetadas para suprir e adequar as necessidades de espaço na instituição, além de adequar o edifício aos padrões e normas de segurança, funcionalidade, ecologia, economia e acessibilidade já adotados no novo prédio”, complementou.
Segundo Buratto, os trabalhos irão começar pelo o bloco B, com uma duração prevista de quatro meses. Na sequência, serão efetuadas as alterações na estrutura do bloco A, com duração do 5º ao 9º mês do cronograma. A reforma do anexo, que abriga a Diretoria de Controle dos Municípios (DMU), no 1º andar, deverá durar mais três meses. As obras de reforma do espaço junto ao Plenário e à Secretaria-Geral (SEG), no térreo, estão prevista para ocorrerem em junho, julho e agosto de 2016 (Quadro 1). A condução geral da reforma e o acompanhamento do cumprimento dos prazos previstos no cronograma ficarão sob a responsabilidade de equipe do TCE/SC.
Licitações
Para a execução da reforma, foi realizada licitação na modalidade de Concorrência, do tipo menor preço, segmentada em sete lotes pré-definidos, divididos por especificidades. Foram feitos, também, uma concorrência específica para a climatização e dois pregões, para a aquisição das divisórias e granito. “A aquisição dos granitos em licitação específica separada da mão-de-obra de aplicação garantiu boa economia para o TCE/SC”, salientou Buratto.
A abertura dos processos licitatórios ocorreu em dezembro de 2014, após procedimentos de análise técnica prévia, avaliações jurídicas e administrativas. “Em alguns lotes, os processos foram exitosos, enquanto outros lotes resultaram fracassados, até por falta de competidores”, destacou o coordenador de Engenharia para justificar que algumas licitações estão sendo repetidas neste ano. Ele informou que, até o momento, já foram contratados os serviços de climatização, instalações em geral (elétrica, sonorização, alarme etc.), divisórias e compra dos granitos.
Projetos finais
Os projetos finais foram definidos após estudos, revisões, alterações de layouts e adequações de funcionamento. De acordo com o engenheiro Angelo, os projetos de arquitetura e de acessibilidade foram desenvolvidos pelos técnicos da Coordenadoria de Engenharia do Tribunal de Contas. Para a elaboração dos projetos complementares — reforço estrutural, impermeabilização, cabeamento, sonorização, segurança patrimonial, instalações elétricas, circuito fechado de TV —, hidrossanitários e preventivo de incêndio foi contratada a empresa Prosul – Projetos Supervisão e Planejamento Ltda, em 2010.
Feitos todos os ajustes, os projetos hidrossanitários tiveram a aprovação da Diretoria de Vigilância em Saúde de Florianópolis, em 13 de março de 2014. Já o projeto preventivo de incêndio foi aprovado pela Corporação dos Bombeiros Militares de Santa Catarina, em 11 de junho de 2014. Para haver a aprovação, a equipe do TCE/SC teve que fazer adequações em conjunto com a equipe da Prosul aos projetos revisados para atender às exigências dos dois órgãos públicos. Inclusive foi necessária a inserção de duas escadas protegidas, com portas corta fogo, ligando a área ocupada pela DMU ao térreo. Na aprovação do projeto, a Corporação dos Bombeiros condicionou a obtenção do “habite-se” geral do prédio, pelo órgão de controle externo, à constituição de uma brigada de incêndio — composta por três servidores da instituição treinados para prestarem as primeiras orientações em caso de sinistro.
Conceitos
Segurança, funcionalidade, ecologia, economia, acessibilidade e padronização com o novo prédio são conceitos que estão sendo levados em consideração nesta etapa de modernização dos blocos A e B e anexo do Tribunal de Contas. Para exemplificar, Buratto citou aspectos relacionados à climatização em VRF (fluxo variável de gás refrigerante), ao forro de gesso acartonado, às divisórias, aos pisos em granito e aos thermobrises.
O sistema de climatização terá previsão de aproveitamento da água dos drenos para utilização nas válvulas de descarga dos banheiros coletivos. Os forros irão assegurar boa funcionalidade para a aplicação e manutenção do sistema de iluminação, climatização e renovação do ar. O telhado do bloco A será removido e feita uma impermeabilização para permitir a instalação das condensadoras do sistema de climatização e também para o aproveitamento da água da chuva para uso nas válvulas de descarga.
As divisórias irão oferecer um bom nível de acústica. Os pisos serão revestidos com granito branco Dallas em placas de 60 x 60 cm, porém não serão elevados. Os brises que serão aplicados no entorno da DMU irão atenuar a insolação da fachada e melhorar o desempenho do sistema de climatização nos meses de verão.
A obra prevê ainda a implantação de vestiários junto aos bicicletários, no subsolo do prédio novo, um estímulo a mais para o uso de bicicletas no deslocamento de casa para o trabalho, contribuindo para a mobilidade da cidade. Além disso, será instalada a proteção das portas de entrada do prédio novo, para, segundo Buratto, viabilizar a utilização segura daquele espaço como recepção do Tribunal de Contas.
Previsão de uso
Nas novas instalações do bloco B, estão previstas a instalação das diretorias de Controle de Licitações e Contratações (3º andar) e de Atos de Pessoal (2º andar), parte do Instituto de Contas e a lanchonete, no 1º andar. No térreo, deverão ficar o auditório, o almoxarifado, o arquivo geral deslizante e a sala dos terceirizados.
Já o bloco A, tem a seguinte previsão de utilização. O térreo deverá ser ocupado pela Biblioteca Conselheiro Nereu Corrêa, pelo Banco do Brasil, Correio, pela ASTC, Secretaria-Geral, pelo Plenário, com sala de apoio. No 1º andar deverão ficar a Diretoria-Geral de Controle Externo (DGCE) e parte do Icon. No anexo, a DMU. No 2º andar está previsto o funcionamento da DAE e de parte do Ministério Público junto ao TCE/SC, que também ocupará o 3º andar.
Retrospectiva
Em 27 de novembro de 2012 uma solenidade marcou a inauguração do novo edifício-sede do TCE/SC. O prédio foi construído dentro do conceito “green building” ou “prédio verde”, seguindo os padrões de segurança, acessibilidade, sustentabilidade e ecologia. A ideia foi oferecer uma edificação institucional que atendesse às necessidades de tecnologia avançada e funcionalidade, com o mínimo de consumo energético e poluição (Quadro 2).
Na oportunidade, os ex-presidentes do TCE/SC, conselheiros Salomão Ribas Junior, Luiz Suzin Marini, Otávio Gilson dos Santos, José Carlos Pacheco, Wilson Rogério Wan-Dall e Luiz Roberto Herbst, além do dirigente da Instituição, à época, César Fontes, foram lembrados com o descerramento da placa que registra o agradecimento pelas ações desenvolvidas em suas gestões para possibilitar a execução da obra.
Construído em uma área de 1.703 m² — 744 m² do imóvel adquirido da Associação Catarinense de Engenheiros, em 2003, e 959 m² já pertencentes a sua área institucional — o prédio tem 20 andares. São quatro pavimentos para garagem — subsolo, G1, Pilotis e G2 — com 186 vagas para veículos e 30 para motocicletas, além de dois pavimentos — térreo e mezanino — que abrigam o saguão, o auditório para 300 pessoas, a subestação elétrica e os núcleos técnicos. Nos quatro pavimentos técnicos superiores estão os reservatórios de água, o heliponto de resgate e área de concentração de pessoas, que atende às Normas de Segurança Contra Incêndio do Corpo de Bombeiros de Santa Catarina e a casa de máquinas (Quadro 3).
Nos 10 andares de escritórios, incluindo o ático, funcionam toda estrutura administrativa e algumas diretorias técnicas: gabinetes da Presidência, dos conselheiros e conselheiros-substitutos, a Diretoria-Geral de Planejamento e Administração, setores da Diretoria de Administração e Finanças, Diretoria de Gestão de Pessoas, Diretoria de Planejamento e Projetos Especiais, Diretoria de Controle da Administração Estadual, Diretoria de Controle de Contas do Governo, Diretoria de Informática, Instituto de Contas, Diretoria de Recursos e Reexames, Assessoria de Comunicação Social, Auditoria Interna, Consultoria-Geral e Ouvidoria.
Quadro 1: Cronograma
Local |
Duração* |
Período* |
Bloco B |
4 meses |
Maio a setembro/2015 |
Bloco A |
5 meses |
Outubro/2015 a fevereiro/2016 |
Anexo DMU |
3 meses |
Março a maio/2016 |
Plenário e SEG |
3 meses |
Junho a agosto/2016 |
*Prazos previstos
Fonte: Coordenadoria de Engenharia do TCE/SC
Quadro 2: Características da obra
Ø Segurança e mobilidade urbana:
- Heliponto de resgate e área de concentração de pessoas (acima do ático) atendendo às Normas de Segurança Contra Incêndio do Corpo de Bombeiros de Santa Catarina (NSCI 94) para edifício público com altura superior a 40 metros — o novo edifício-sede do TCE/SC tem 60,05 metros de altura, a contar do nível da rua. Segundo as normas, toda edificação pública com altura superior a 40 metros deverá dispor de local para resgate aéreo, com áreas de concentração e de pouso e decolagem de emergência. O heliponto só poderá ser utilizado pelo Corpo de Bombeiros, especialmente para resgate de pessoas, no caso de haver um incêndio. - Sistema de detecção e alarme de incêndio com sensores de detecção de fumaça em cada ambiente, além de acionadores manuais (quebra vidros) posicionados estrategicamente nos pavimentos. A Central de Alarme Inteligente, além de receber os dados de cada sensor em cada laço identificando o local com foco de incêndio, também pode ser monitorada remotamente. - Sistema preventivo de incêndio, composto pela sinalização das saídas de emergência, instalação da iluminação de emergência, indicação das rotas de fuga, a partir de fitas luminescentes implantadas no piso, além do próprio sistema preventivo integrado por hidrantes e extintores em cada andar. - Duas escadas enclausuradas a prova de fumaça, que suportam o fogo por pelo menos duas horas. Necessárias, em função da área do “pavimento tipo” ser superior a 750m². - Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas, instalado na estrutura do prédio. - Circuito interno de TV, com monitoramento eletrônico. - Controle de acesso com catracas e cancelas instaladas nos pavimentos garagens que se integram aos controles de portaria, registrando horários de entrada e saída das pessoas e veículos. - Equipamentos de alarme contra roubos que contam com sensores instalados estrategicamente para garantir a segurança patrimonial do prédio. - Sonorização instalada em todos os ambientes do prédio, o que garante a comunicação, em tempo real, em caso de emergência. - Cabeamento estruturado, integrado com “no break” e Datacenter enclausurado em ambiente climatizado e a prova de fogo por, no mínimo, 2 horas. Isto garante a integridade dos dados e informações armazenados pelo TCE. - Grupo gerador que supre eventual falta de energia para o Datacenter, o sistema de bombeamento de água e os elevadores do TCE. - Subestação elétrica com transformadores isolados a gás para atendimento ao novo prédio e aos Blocos A e B existentes e com grupo gerador que permitirá o uso regular, inclusive, dos elevadores, caso haja falta de energia; da concessionária Celesc. - Reservatórios com capacidade de armazenagem de água para atender também aos Blocos A e B. - Ligação com os Blocos A e B nos pavimentos de garagem por passarelas e também no térreo com isolamento por portas. - Quatro pavimentos de estacionamento/garagem — sendo um subsolo —, com 186 vagas para carros e 30 para motos, para atendimento ao número mínimo de vagas proporcional à área de escritórios, conforme normas do município. |
Fonte: Engenheiro Angelo Luiz Buratto, coordenador da Comissão de Fiscalização da Obra
Ø Sustentabilidade ambiental:
- Sistema de captação de água da chuva e dos drenos do sistema de ar condicionado com reaproveitamento para as descargas dos vasos sanitários dos banheiros coletivos — as válvulas de descarga têm regulagem diferente de vazão. - Vidros refletivos que reduzem a incidência de luz e carga térmica no interior do edifício e, por consequência, o uso do ar condicionado e o consumo de energia. - Thermobrises recheados com poliuretano expandido nas fachadas de forma a quebrar o efeito da insolação, reduzindo a carga térmica, o uso do sistema de climatização e o consumo de energia. - Sistema de iluminação de baixo consumo de energia e alto rendimento em todos os pavimentos, combinado com a disposição de janelas e fachadas em pele de vidro que aproveitam ao máximo a iluminação natural. - Piso elevado em cinco pavimentos de escritório que permitem a flexibilização dos layouts, favorecendo a realização de adaptações ao longo do tempo. - Sistema de climatização por VRF (fluxo variável de gás refrigerante) 100% inverter, que possibilita o uso setorizado de evaporadoras em cada sala a partir de diversas redes frigorígenas, gerando uma grande economia no consumo de energia, se comparado aos sistemas tradicionais. O gás refrigerante utilizado é ecológico e, em caso de vazamento, não há riscos à camada de ozônio. Além disso, evitou-se a construção de mais um pavimento, pois o maquinário do sistema de fluxo variável de gás refrigerante é mais leve e pode ser acondicionado por completo sobre o bloco B. - Forro executado com cortineiros, permitindo o uso de cortinas/persianas com menor custo de acabamento. Além disso, as cortinas serão de um tipo que filtra a luminosidade e os raios UVA e UVB, propiciando economia de energia elétrica. - Sala para separação/triagem de resíduos, estimulando a separação pelos servidores/usuários com vistas à reciclagem. - Sistema de automação que, pela programação, permite economia de energia ao evitar que sistemas fiquem ligados desnecessariamente. - Elevadores que dispõe de acionamento com controle de velocidade e frequência, aliado a um sistema de programação do tipo TK VISION para adequação do funcionamento com estratégias que podem contemplar horários de pico e com isso reduzir o consumo de energia. |
Fonte: Engenheiro Angelo Luiz Buratto, coordenador da Comissão de Fiscalização da Obra
Ø Acessibilidade:
- auditório com 300 poltronas, sendo quatro para obesos e quatro para pessoas com mobilidade reduzida — com apoio de braço removível—, além de espaço para seis cadeirantes — com livre circulação de ingresso e saída, assim como de acesso ao palco. Outras 100 cadeiras removíveis podem ser instaladas no espaço para ampliar a capacidade do auditório. - Nas escadas enclausuradas, em cada pavimento foi incluída junto ao patamar de acesso uma área de resgate, destinada a manter em segurança pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, enquanto aguardam socorro em situação de sinistro. - Os elevadores dispõem de botoeiras que se iluminam com o acionamento e sistema de som que comunica o pavimento no qual parou. Também é indicado o sentido do movimento de subida ou descida, além de, no interior das cabines, existirem os indicadores dos pavimentos informados também em braile. - As placas que integram a comunicação visual, dos ambientes com acesso ao público e portas das salas, dispõem de indicação nos idiomas português, inglês e em código braile. A comunicação visual contemplou também a colocação de totens em pontos estratégicos do edifício, seguindo padrão do TCE/SC. - Nos estacionamentos/garagens foram contempladas as vagas para os portadores de deficiência. - Instalações sanitárias destinadas aos portadores de deficiências. - Nas calçadas das ruas Eng. Newton Valente da Costa e José da Costa Moelmann, o portador de deficiência pode acessar pela própria calçada até as portas do saguão principal e ingressar no prédio sem necessidade de ajuda. - Os complementos em termos de acessibilidade para a integração com os demais prédios existentes, ou seja, blocos A e B estão sendo tratados em projetos próprios com previsão de ampliações de corredores e portas, bem como adequações de elevadores e a correspondente sinalização da acessibilidade. |
Fonte: Engenheiro Angelo Luiz Buratto, coordenador da Comissão de Fiscalização da Obra
Quadro 3: Novo edifício-sede do TCE/SC
Área total: 16.327,62 m², distribuída em 20 pavimentos: - 10 pavimentos para escritórios, incluindo o ático. - 4 pavimentos para garagem, sendo um subsolo. - 2 pavimentos — térreo e mezanino — que abrigam o saguão, o auditório, a subestação elétrica e núcleos técnicos. - 4 pavimentos técnicos superiores para reservatórios de água, heliponto e área de concentração para resgate, casa de máquinas e barrilete (concentra a partida da rede de distribuição de água). Capacidade: cerca de 500 servidores |
Fonte: Engenheiro Angelo Luiz Buratto, coordenador da Comissão de Fiscalização da Obra
Saiba Mais: As sedes do TCE/SC
1956 – 6 de fevereiro – o TCE/SC foi instalado no Palácio Cruz e Souza, então sede do Governo do Estado, numa sala cedida pelo Executivo e onde funcionava a Secretaria do Interior e Justiça 1956 – 17 de abril – o TCE/SC ocupa sua primeira sede própria, na Praça XV de Novembro, no Centro da Capital, num prédio que antes abrigava a Chefatura de Polícia 1976 – 16 de março – o TCE/SC inaugura oficialmente a sede, na Praça Tancredo Neves, com entrada na rua Bulcão Viana, 90, no Centro de Florianópolis. As instalações foram ampliadas em 1983 e 1994. 2012 – 27 de novembro – inauguração do novo edifício-sede, na Praça Tancredo Neves |
Fonte: Portal do TCE/SC (www.tce.sc.gov.br) e “Tribunal de Contas de Santa Catarina: 50 anos de história”, 2006.
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