O TCE/SC lançou o projeto “Brasilidades: Contas & Cantos”, promovendo diversidade, equidade e inclusão. A primeira edição homenageou o Nordeste, destacando a riqueza cultural da região e a presença de servidores nordestinos. O evento teve música, palestra sobre preconceito regional e depoimentos que reforçam a valorização das diferentes origens na construção de uma instituição pública mais representativa.
O Tribunal de Contas de Santa Catarina (TCE/SC) deu início, no dia 9 de outubro, a um projeto bastante simbólico — o Brasilidades: Contas & Cantos —, que está alinhado com as competências do Comitê Técnico de Equidade, Diversidade e Inclusão (CTEDI), que prevê o desenvolvimento de ações de sensibilização e promoção de uma cultura institucional voltada à equidade, à diversidade e à inclusão.
Em sua fala no evento, o supervisor do CTEDI, conselheiro Adircélio de Moraes Ferreira Júnior, destacou que vê nessa iniciativa “uma expressão concreta do que buscamos construir diariamente: um ambiente institucional que reconhece, acolhe e respeita as diferentes trajetórias, histórias e identidades”.
Já a coordenadora do CTEDI, Walkiria Machado Rodrigues Maciel, lembrou que o Brasil e Santa Catarina são feitos por muitas vozes, cores, saberes, culturas e tradições. "Esta diversidade não é apenas uma riqueza simbólica, ela é parte viva e pulsante da nossa identidade coletiva, e, ao trazê-la para o centro de nossas atenções, reafirmamos o compromisso de construir instituições públicas mais inclusivas, representativas e conectadas com a população que servimos”, destacou.
Quem faz o Tribunal de Contas de Santa Catarina? A resposta vai além dos limites geográficos do Estado. A missão de fiscalizar, orientar e contribuir para a boa gestão pública não é realizada apenas por catarinenses, mas por pessoas vindas de diferentes regiões do Brasil — e até de outros países — que encontraram aqui um espaço de atuação e de pertencimento.
O Brasilidades: Contas & Cantos nasce justamente desta compreensão: a de que o Tribunal é construído diariamente por muitas mãos, sotaques, histórias e olhares, e que cada uma dessas identidades amplia a capacidade institucional de compreender a sociedade, dialogar com a realidade e transformar o serviço público.
"Aqui no TCE/SC convivem pessoas de todas as regiões do Brasil. Membros, servidores, colaboradores, residentes e estagiários que trazem sotaques, memórias, histórias — cada um compondo, à sua maneira, esse grande mosaico que é o Brasil. É impossível nos separarmos dessas raízes; elas nos atravessam, nos moldam e fortalecem nossa identidade coletiva”, disse a auditora fiscal de Controle Externo Julia Maria Leal dos Santos, na abertura do evento. Nascida no Maranhão, ela é coordenadora da Comissão de Diversidade Cultural e Religiosa (CDCR).
O Brasilidades foi concebido como uma ação que percorrerá todas as regiões do país ao longo de suas edições. A proposta é trazer um pedaço da história, da cultura e das expressões de cada canto do Brasil para dentro do TCE/SC, permitindo que servidores, membros, estagiários e colaboradores reconheçam, no espaço de trabalho, um reflexo de suas origens e trajetórias.
A primeira edição do Brasilidades teve como foco a região Nordeste, não apenas por sua reconhecida riqueza histórica, artística e cultural na formação da identidade brasileira. Censo regional, conduzido pela Comissão de Diversidade Cultural e Religiosa, com o apoio do Comitê Técnico de Equidade, Diversidade e Inclusão, da Diretoria-Geral de Administração (DGAD) e da Presidência, revelou representantes de todos os nove estados nordestinos entre servidores, estagiários, residentes e colaboradores terceirizados.
A estreia do projeto reuniu cerca de 250 pessoas. A programação combinou música, arte e conhecimento, com apresentações especiais do coral do TCE/SC e da banda Descontrole Interno, que deram o tom da homenagem ao Nordeste ao revisitar grandes clássicos e sons que retratam a força e a identidade da região.
A palestra do jornalista Octávio Santiago Neto foi um dos pontos altos do evento. A partir do livro “Só sei que foi assim: A trama do preconceito contra o povo do Nordeste”, resultado da sua pesquisa de Doutorado, ele falou sobre estereótipos, apagamentos e desigualdades econômicas e propôs um novo olhar para a região.
“Quem nunca foi ao Nordeste vai construir uma imagem com o que a mídia divulga sobre a região: seca, turismo de férias e festas de São João. Mas a região é muito mais do que isso”, ressaltou. “O Nordeste é colocado como um local com pouco acesso à informação e educação. Mas isso não é verdade, basta ver quantos nordestinos temos aqui entre os servidores do TCE/SC”.
Ele citou entendimento do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que, em 2022, decidiu que é crime de racismo discriminar cidadãos brasileiros nordestinos.
Outro momento marcante do evento foi a exibição do vídeo institucional produzido pela Assessoria de Comunicação (Acom). Com depoimentos de servidores, colaboradores e residentes naturais dos nove estados do Nordeste, o material destacou histórias pessoais, memórias afetivas e percepções sobre identidade e pertencimento. Ao dar voz às trajetórias individuais, o vídeo reforçou a importância da diversidade como valor institucional e mostrou como diferentes origens se conectam e constroem, juntas, a história do Tribunal.
“O Brasilidades é, portanto, um convite para olharmos para dentro e para o lado, para reconhecermos que somos múltiplos, e que essa pluralidade nos fortalece como instituição. Com esse projeto, queremos percorrer o Brasil inteiro”, refletiu Julia Santos, já anunciando uma segunda edição do Brasilidades para 2026, sobre um outro pedacinho do país.
O conselheiro do TCE/SC Adircélio de Moraes Ferreira Junior compartilhou sua história de vida durante o evento. Quando ele tinha menos de um ano de vida, seus pais se mudaram de Belo Horizonte (MG) para Recife (PE), onde foi criado e começou sua vida profissional e acadêmica, e onde nasceram seus outros irmãos. “Este ‘pernambucano’, nascido em Belo Horizonte, neto e filho de italianos, cearenses, goianos e sul-mato-grossenses e agora, com muito orgulho, catarinense, saiu de Recife e começou sua caminhada” descreveu.
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