O jornalista Rogério Felisbino da Silva, da Assessoria de Comunicação Social, divide conosco seu olhar sobre facetas do Ciclo que somente quem vive pode avaliar... Dessa vez pegamos carona rumo à Chapecó.

     Concluída a missão em São Miguel do Oeste, a comitiva do TCE/SC partiu para Chapecó, para mais uma etapa do Ciclo. Alguns partiram, no início da tarde, com a Sprinter do TCE/SC — como a equipe do Icon, que precisava chegar cedo para as primeiras providências de organização do evento. No entanto, não esperavam que a viagem de 117 km entre as duas cidades fosse tão penosa. O trajeto, que poderia ser feito em uma hora e meia, em condições normais, levou quase duas horas e meia, dado o intenso tráfego de caminhões na BR-282. Os demais integrantes fizeram a viagem de ônibus, saindo de São Miguel após o término das palestras, às 17h45min. Chegamos, em Chapecó, por volta das 19h20min. Como se vê, quem foi de ônibus, que normalmente anda mais devagar, estressou-se menos que o pessoal da Sprinter. 
     O estresse poderia ser ainda menor se pudéssemos ver, pela janela, a deslumbrante paisagem do Oeste catarinense. No entanto, o tempo começava a mudar, as nuvens tomavam conta do céu e a escuridão dominou toda a viagem. Era um breu que não se enxergava nada! O jeito era dar um cochilo na poltrona reclinada, ou bater aquele papo com as demais pessoas. E como se tem assunto, nessas horas! São histórias engraçadas de auditorias, entremeados de casos e outros causos curiosos, piadas, brincadeiras, e até lembranças de programas de TV e desenhos animados da década de 70! E assim, como acontece em toda essa maratona que é o Ciclo, o tempo passa e não se dá conta. Quando menos se espera, percebe-se que chegamos na maior cidade do Oeste, Chapecó.
     O desembarque foi direto no hotel. O tumulto de pessoas no balcão, preenchendo fichas, e depois no elevador, com malas e mais malas, rapidamente se dissipou e menos de meia hora depois, todo esse povo já se encontrava novamente na recepção para o jantar. O restaurante escolhido foi o Spettus, a duas quadras do hotel — um restaurante elegante e com uma imponente estátua de um bovino na entrada, recepcionando os clientes. Rodízio de carnes e massas foi o cardápio. E novamente, mais piadas, histórias e causos. Até que o preço não foi dos mais salgados diante do requinte do ambiente! O rodízio era R$ 18,00.
     Terminado o jantar, o destino é o hotel para o devido descanso. Teve gente que assistiu à vitória do Uruguai. Teve gente que dormiu. E teve gente que não conseguiu dormir, em virtude de barulhos que hóspedes mal-educados resolveram fazer. Como a recepção não resolveu o problema, o jeito foi o próprio incomodado tirar satisfações com os impertinentes conversadores e tagarelas de plantão.  Parece que funcionou, pois o silêncio voltou.
      Amanheceu. Ou melhor, o relógio despertou às 6h30min, mas o sol ainda não tinha dado as caras. O café da manhã no hotel e o deslocamento para a Unochapecó foi na penumbra de um dia que relutava em começar. As nuvens pesadas não deixavam o sol — que no Oeste é mais preguiçoso que no Litoral, pois se levanta mais tarde — irradiar sua luz. 
      De repente, um dilúvio. Uma tromba d’água despencou sobre a cidade, bem na hora em que se recepcionavam os participantes. O barulho em algumas áreas da universidade cobertas com telhas de zinco era ensurdecedor. Mas a tempestade durou pouco tempo, talvez uns vinte minutos. O tempo se firmou, embora ainda nublado, mas não chegou a esfriar o suficiente ao ponto de os técnicos poderem usar todo o arsenal de agasalhos levados para essa viagem. 
      Recomeçada a rotina de mais um dia de trabalho, tudo corria na mais completa ordem até que de repente surge a inesperada notícia de que o ônibus fretado voltaria para Florianópolis e no seu lugar um micro da mesma empresa continuaria o serviço de transbordo da equipe. Como assim? Um micro? E o espaço para as bagagens? E as caixas e mais caixas de material? E o aperto? Após horas e horas de telefonemas e negociações, parece que as coisas se resolveram e finalmente chegou-se a uma “Concórdia”, que, a propósito, é o nosso próximo destino!