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Estudo realizado pelo Tribunal de Contas e pela Universidade Federal aponta que 90% dos municípios catarinenses têm menos de 1 médico por mil habitantes

qui, 28/11/2024 - 15:08

(OUÇA)

VINHETA TCE INFORMA
 
 
LOCUTOR: Uma pesquisa realizada pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em parceria com o Tribunal de Contas, que traçou um diagnóstico, sob o ponto de vista da economia, das políticas públicas de telessaúde no estado, revelou que 90% dos municípios catarinenses têm menos de 1 médico por mil habitantes.
Os dados foram apresentados durante uma reunião entre a direção do TCE/SC e representantes da Universidade Federal. O trabalho foi realizado por professores do Programa de Pós-Graduação em Economia da UFSC (PPGEco/UFSC).
A pesquisa demonstra uma desigualdade médica em Santa Catarina, evidenciada na quantidade de médicos por grupo de mil habitantes.
Nas regiões metropolitanas são 12 médicos por mil habitantes, já nas cidades do interior, essa relação é inferior a 1 profissional por grupo de mil habitantes. O estudo ressalta que, segundo o Censo do IBGE de 2022, 90% dos municípios catarinenses têm menos de 50 mil habitantes, e 55% menos de 10 mil.
Já o Atlas da Demografia Médica no Brasil 2023, levantamento realizado pela Associação Médica Brasileira e a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, revela que Santa Catarina tem em média 3,05 médicos por mil habitantes. A média do Brasil é de 2,41. A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) considera que a média ideal seja de 3,5 médicos por mil habitantes.
A pesquisa também considerou a otimização dos atendimentos nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs). São realizados, nas 1.114 UBSs distribuídas nos 263 municípios com até 50 mil habitantes, cerca de 7.261 atendimentos por dia. Desses, aproximadamente 20% são realizados via telessaúde, ou seja, por volta de 1.500 atendimentos diários.
Ainda de acordo com o Sistema Integrado Catarinense de Telemedicina e Telessaúde (STT), dependendo do exame, a telessaúde pode evitar 900 deslocamentos por dia. Em termos monetários, a pesquisa mostra que dessa forma há uma economia anual de R$ 70 milhões, principalmente para municípios pequenos.
Outras constatações do estudo é que os equipamentos de telessaúde têm se tornado cada vez mais baratos e fáceis de utilizar; e que a ferramenta zerou filas de espirometria em um ano e evitou a explosão da fila da dermatologia.
Segundo o conselheiro Luiz Eduardo Cherem, relator dos processos relacionados à saúde na Corte de Contas, isso representa uma perspectiva de mudança na administração pública.
Para ele, a telemedicina será uma ferramenta de saúde fundamental para dar atendimento com dignidade para aqueles que não têm acesso à saúde integral pela distância ou pela ausência de profissional. Ele aponta ainda que o maior desafio hoje desse sistema, é encontrar as plataformas corretas de gerenciamento.
O presidente do TCE/SC, conselheiro Herneus De Nadal, enalteceu a realização do trabalho e destacou o compromisso do Tribunal de Contas com o cidadão, principalmente com aqueles mais vulneráveis.
O conceito de telessaúde adotado no estudo é o da Organização Mundial da Saúde (OMS) e refere-se à prestação de serviços de saúde à distância, utilizando tecnologias de comunicação e informação, como internet, telefone, videoconferência e aplicativos móveis.

VINHETA TCE INFORMOU

Tempo: 03’41”

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Agência TCE/SC
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