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Auditoria do TCE/SC avalia impacto da pandemia na evasão escolar no nível médio e reforça importância de melhoria do ensino profissionalizante

seg, 15/08/2022 - 18:41
Imagem mostra uma tela de computador com o presidente do TCE/SC, conselheiro Adircélio de Moraes Ferreira Júnior, os conselheiros Luiz Eduardo Cherem e César Fontes (relator) e o conselheiro-substituto Gerson Sicca. Ao lado, o título "Abandono escolar no ensino médio".

O Tribunal de Contas de Santa Catarina (TCE/SC) aprovou, na tarde desta segunda-feira (15/8), por unanimidade, o relatório de auditoria (RLA 21/00399815) que mediu os reflexos da pandemia de covid-19 na educação de nível médio em Santa Catarina, apontou caminhos para que sejam minimizados os impactos e avaliou as ações que estão sendo planejadas para a melhoria dos níveis educacionais.

Produzido pela Diretoria de Atividades Especiais (DAE), o estudo detectou baixo índice de retorno de alunos de 15 a 17 anos às atividades escolares e também a insuficiência de oferta de vagas de cursos profissionalizantes na rede estadual.  No mais recente edital, foram ofertadas 2.403 vagas, enquanto o número de inscritos foi de 6.888 – oferta cobriu 35% e demanda reprimida chegou a 4.485 alunos.

“Para mim, o ponto nevrálgico, olhando para o futuro, é justamente o problema do ensino profissionalizante. Essa mentalidade da formação de profissionais deve ser absorvida por nossos administradores, quer sejam municipais, estaduais ou federal, no sentido de que se valorize mais o ensino médio técnico”, comentou o conselheiro-relator do processo, César Filomeno Fontes.

Neste ponto, a auditoria aponta que um dos caminhos possíveis para a redução da fuga de adolescentes da escola está na expansão da educação profissional técnica de nível médio, com a oferta de cursos alinhados às características de cada região e considerando as condições socioeconômicas delas.

“Essa auditoria foi pensada no período de pandemia, mas ela não se limita àquele momento. Os problemas que foram externados pela pandemia já existiam, eles só ficaram mais evidentes”, afirmou a diretora da DAE, Monique Portella, que destacou a importância da parceria do trabalho conjunto com os gestores de educação.

A auditoria realizada pelos auditores fiscais de controle externo Paulo Tefili Filho e Alexandre Thiesen Becsi chegou a três conclusões: que existe correlação inversamente proporcional e estatisticamente relevante entre o nível socioeconômico dos estudantes e a exclusão escolar, ou seja, quanto menor a renda familiar, maior tende a ser a exclusão escolar no estado; que, na faixa etária relativa ao ensino médio, os estudos não fazem parte do projeto de vida de grande parte dos alunos com baixa renda familiar e que se encontram fora da escola.

Também houve a constatação de que a falta de interesse por estudar do aluno em situação de exclusão está associada à falta de atratividade do modelo atual de ensino no seu ponto de vista, principalmente quanto àqueles adolescentes que pertencem a famílias de nível socioeconômico menor e necessitam trabalhar o quanto antes para contribuir com a renda de sua família.

Outros dois conselheiros manifestaram preocupação com o abandono escolar e a falta de oferta de ensino profissionalizante. Para Luiz Eduardo Cherem, “o estudo apresenta uma realidade muito forte, que mostra que o nosso jovem está desencantado com o ensino médio. O ensino médio pode proporcionar a eles a profissão de tecnólogo, cursos de dois anos que farão com que eles tenham pelo menos a vontade de ficar em sala de aula, que eles mostrem que ele terá uma profissão que possa dar a ele uma renda mínima”.

Na avaliação do conselheiro substituto Gerson dos Santos Sicca, a auditoria tem reconhecimento nacional e é resultado de um esforço que ligou dois pontos que muitas vezes não têm a relação direta percebida pelas pessoas, o abandono, agravado pela pandemia, e a questão do ensino profissionalizante. “A grande alternativa para que o ensino médio seja atrativo para o jovem é fazê-lo enxergar ali uma possibilidade de ele entrar no mercado de trabalho, onde possa ter uma renda digna e a possiblidade de evoluir em seus estudos futuramente”, afirmou. 

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