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Indicadores Municipais mostram realidade financeira e social dos 293 municípios catarinenses

qua, 17/11/2004 - 16:58

       O Tribunal de Contas de Santa Catarina disponibilizou em seu site  (www.tce.sc.gov.br) na Internet os indicadores financeiros e sociais dos 293 municípios catarinenses. A iniciativa busca dar maior transparência sobre os resultados da gestão pública municipal. Para o cidadão comum é mais uma ferramenta que vem contribuir para o chamado controle social. Para pesquisadores, um instrumento de identificação da realidade social e econômica do Estado.

         Basta clicar na seção indicadores municipais ou na seção "serviços/indicadores municipais" do menu principal, na página de abertura do site do TCE, para ter acesso a uma espécie de radiografia de cada cidade do Estado. A pesquisa pode ser feita por município ou por tema. São dados dos anos de 1991 a 2002, relacionados ao número de habitantes, ao abastecimento de água, à coleta de lixo e ao tratamento de esgoto. Informações sobre a taxa de alfabetização, inclusive com os índices de evasão escolar, expectativa de vida, índice de desenvolvimento humano e dados das finanças públicas municipais também podem ser consultadas.

Obtidos a partir da base de dados do próprio Tribunal de Contas, os indicadores financeiros revelam o comportamento dos componentes da receita e da despesa orçamentárias dos municípios, incluídas aí informações sobre a arrecadação de impostos, como o  IPTU e o Imposto sobre Serviços (ISS).

Também estão disponibilizados os números sobre as transferências correntes do Estado e da União, da receita própria e dos investimentos, o resultado da execução orçamentária e a situação patrimonial e as demonstrações das despesas constitucionais, como os gastos com pessoal, tanto do Executivo quanto do Legislativo, e, ainda, os investimentos em educação e saúde.

Já os indicadores sociais foram obtidos a partir de informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), do Centro de Informática e Automação de Santa Catarina (Ciasc), do Anuário Estatístico do Estado e do Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil. Ao acessar ao site, é possível identificar, por exemplo, alguns contrastes existentes entre as 293 cidades de Santa Catarina, principalmente em relação ao índice de desenvolvimento humano (IDH) e ao tratamento de esgoto. Tanto em 1991 quanto em 2000, Florianópolis ocupa a primeira posição no ranking do IDH. O curioso fica por conta do último colocado em 2000, o município de Timbó Grande. É que em 1991 ele estava na 288º posição. Desigualdades também são reveladas na questão do tratamento de esgoto. Enquanto Timbó, Joinville e Balneário Camboriú, em 2000, tinham mais de 95% de atendimento, Irati e Formosa do Sul não dispunham do serviço e Entre Rios possuía apenas 0,1% (ver Quadro 1).

Outro exemplo é com relação ao cumprimento da Constituição Federal na aplicação de recursos em ações e serviços públicos nas áreas da educação e da saúde. Quanto à destinação de recursos da receita dos impostos na Saúde, o levantamento compreende os exercícios entre 2000 e 2002. Vinte e duas cidades não respeitaram o dispositivo no ano 2000. Em 2001, o número subiu para 110 e, em 2002, caiu para 81.

Já no que diz respeito à Educação, em 2002, a maioria das prefeituras investiu pelo menos 25%, valor que atingiu a aproximadamente R$ 640 milhões. Apenas as cidades de Corupá, Imaruí, Itajaí, Jaguaruna, Lages, Navegantes, Paulo Lopes, Porto Belo, Quilombo, Rio Negrinho e Tubarão descumpriram a legislação federal e, juntas, deixaram de destinar, naquele ano, cerca de R$ 1,9 milhão, em valores à época. (ver Quadro 2).

Destaques - O levantamento divulgado no site do Tribunal de Contas do Estado (TCE) também revela alguns avanços ocorridos nos municípios, principalmente os relacionados aos índices de alfabetização e à expectativa de vida da população. Há ainda informações sobre a autonomia financeira das cidades.

Na Educação, Tijucas é destaque. De 1991 para 2000, o município melhorou 71 posições, passando do 202º lugar para 131º, o que revela a existência de investimentos na área. São João do Oeste e Pomerode se revezaram na 1ª posição. No ano 2000, São João do Oeste ficou no topo e Pomerode foi o segundo colocado.

Com relação à expectativa de vida, Caibi e Seara sofreram os maiores avanços entre 1991 e 2000. A primeira cidade passou do 198º lugar para 30º e, a segunda, do 190º para 21º. A primeira posição, em 2000, foi ocupada pelo município de Antônio Carlos, cuja expectativa é de 77,92 anos.

Quanto à autonomia financeira, destacam-se Itapoá, Bombinhas, Balneário Camboriú e Florianópolis. Em 2002, estes municípios tiveram como receita própria 74,2%, 66,7%, 65,5% e 60,6%, respectivamente, em relação ao total da receita arrecadada. Os índices demonstram que estas cidades têm melhores condições de se manter financeiramente, já que dependem menos dos recursos repassados pelo Estado e União.

 

Quadro 1: Municípios com maior e menor atendimento de esgoto em 2000

Posição

Município

Percentual (%)

Timbó

97,6

Joinville

95,9

Balneário Camboriú

95,8

291º

Entre Rios

0,1

292º

Formosa do Sul

Zero

293º

Irati

Zero

Fonte: site do TCE de Santa Catarina (www.tce.sc.gov.br)

 

Quadro 2: Municípios que investiram menos de 25% dos recursos da receita dos impostos na Educação em 2002

Município

Valor à época (R$) *

Valor atualizado (R$) **

Corupá

37.265,52

47.439,38

Imaruí

38.220,88

48.655,56

Itajaí

232.538,37

296.023,67

Jaguaruna

236.894,00

301.568,43

Lages

721.668,79

918.691,59

Navegantes

193.247,03

246.005,40

Paulo Lopes

2.878,85

3.664,80

Porto Belo

7.588,18

9.659,83

Quilombo

56.582,32

72.029,86

Rio Negrinho

44.612,27

56.791,87

Tubarão

335.328,94

426.877,09

Total

1.906.825,15

2.427.407,48

Fonte: site do TCE de Santa Catarina (www.tce.sc.gov.br)

* Valores que deixaram de ser aplicados na Educação em 2002

** Valores que deixaram de ser aplicados na Educação em 2002, atualizados pelo IGPDI a preço de janeiro de 2004

 

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