O Tribunal de Contas de Santa Catarina (TCE/SC) lançou, nesta segunda-feira (5/6), no Dia Mundial do Meio Ambiente, o painel “Saneamento básico”, ferramenta que permitirá ao cidadão, aos gestores públicos e aos órgãos de fiscalização acompanharem a situação do Estado no que se refere ao atendimento dos serviços de água e de esgoto nos 295 municípios catarinenses. “Trata-se de um painel dinâmico, com informações regionais e de fácil compreensão, que contempla indicadores, como atendimento total de água e esgoto, atendimento urbano e perda de água”, enfatizou o conselheiro José Nei Ascari, responsável pela relatoria temática dos processos relacionados ao meio ambiente, no início da sessão ordinária telepresencial do Pleno (matéria em vídeo).
Disponível no Portal do TCE/SC, em Informações dos Municípios, o espaço reúne informações sobre atendimento total e urbano de água e esgoto e a sua evolução, perdas na distribuição de água, coleta e tratamento de esgoto, prestadores dos serviços e ano do vencimento da delegação de abastecimento de água, a partir de 2014. É possível verificar, por exemplo, o baixo índice de esgotamento sanitário no Estado, que está sendo objeto de análise do TCE/SC no âmbito da relatoria temática do Meio Ambiente. “Santa Catarina, lamentavelmente, está entre os estados brasileiros com os piores indicadores, quando o assunto diz respeito à coleta e a tratamento de esgoto aqui produzido, diferentemente de vários outros índices que nos orgulham muito e que demonstram a boa qualidade de vida do nosso Estado”, realçou o conselheiro Ascari.
O potencial da ferramenta foi apresentado pelo auditor fiscal de controle externo Alessandro Marinho de Albuquerque, da Diretoria de Informações Estratégicas (DIE). Ele informou que a consulta pode ser feita por ano, por município, por macrorregião e por tipo de serviço e de prestador. Para a disponibilização do conteúdo, foram utilizados o mapa do Estado, com os municípios identificados por cores, de acordo com o percentual de cobertura, e gráficos. O painel também apresenta detalhes dos indicadores, em dois glossários, e possibilita o download das informações.
O painel foi desenvolvido pela DIE, a pedido do gabinete do conselheiro Ascari e da Diretoria de Empresas e Entidades Congêneres (DEC) — unidade responsável pela fiscalização dessas questões —, a partir dos dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), pertencente ao Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (Saiba mais).
Ao fazer referência ao Dia Mundial do Meio Ambiente, na sessão desta segunda-feira (5/6), o conselheiro Ascari fez uma espécie de convocação aos participantes e ao público em geral para a necessidade de reflexão por parte de todos. “Não apenas sobre a necessidade e a importância da preservação dos inúmeros ecossistemas que nos cercam, mas, sobretudo, a respeito do que estamos fazendo de concreto para construir um futuro ambientalmente mais equilibrado”, ressaltou.
Ele lembrou que a garantia da sustentabilidade ambiental é um dos oito Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, definidos pelos membros da Organização das Nações Unidas (ONU). Aqui no Brasil, o art. 225 da Constituição Federal impõe ao Poder Público e à coletividade o dever de defender e preservar o meio ambiente. Assim, a gestão e exploração adequada dos recursos naturais deve ser um compromisso diário, tanto das instituições quanto da sociedade.
Na oportunidade, os conselheiros Herneus De Nadal — presidente —, Luiz Eduardo Cherem, Wilson Rogério Wan-Dall e Aderson Flores enalteceram a iniciativa de desenvolvimento do painel sobre a situação do abastecimento de água e da coleta e do tratamento de esgoto nos municípios catarinenses. “É com grande alegria que vejo essa manifestação sobre a questão do esgotamento sanitário, um dos grandes problemas nos municípios pequenos”, afirmou o conselheiro Dado Cherem ao falar sobre a situação de Camboriú, que, segundo ele, não tem um metro de rede coletora de esgoto, é uma cidade pobre, mas que os trabalhadores da cidade geram riqueza para Balneário Camboriú. “Há 5 anos, o custo inicial da obra era R$ 100 milhões”, informou.
“É uma ferramenta auspiciosa porque uma das preocupações que nós temos sempre é ter ferramentas que contribuam para a compreensão, e ela é nítida em demonstrar o percentual de coleta de esgoto, o percentual de perda de água nos municípios”, destacou o conselheiro Aderson Flores, que acredita que o painel irá contribuir para o desenvolvimento de ações concretas voltadas para a resolução do problema de saneamento no Estado. “Agora, o Tribunal de Contas tem dados sobre essa situação tão importante para Santa Catarina”, acrescentou o conselheiro Wan-Dall.
Ao associar-se às manifestações efetuadas, o presidente Herneus De Nadal destacou a atividade, o empenho e o espaço ocupado pelo conselheiro José Nei Ascari no cenário nacional junto aos Tribunais de Contas, e cumprimentou os profissionais envolvidos no desenvolvimento do painel, especialmente os que atuam na DIE e no gabinete do conselheiro. “É um tema extremamente palpitante e que, no decorrer dos anos, sempre é abordado, mas com extrema dificuldade de resolução”, comentou.
O presidente do TCE/SC, conselheiro Herneus De Nadal, anunciou que o Tribunal de Contas, em parceria com o Instituto Legislativo Brasileiro e o Senado Federal, realizará o evento “Oficinas Interlegis – Gestão Pública Sustentável: Elaboração de Plano de Logística Sustentável”, nos dias 28 e 29 de junho, na sede da Instituição, em Florianópolis. A iniciativa objetiva contribuir para o alinhamento da gestão pública com o tema da sustentabilidade, de forma a evitar desperdícios de recursos naturais e orçamentários, reduzir impactos ambientais e adotar ações de responsabilidade social, por meio do Plano de Logística Sustentável (PLS).
Segundo o presidente, o PLS é um instrumento de governança que desempenha um papel crucial na Administração Pública, pois busca estabelecer a estratégia das contratações e da logística, considerando objetivos e ações referentes a critérios e a práticas de sustentabilidade para o gerenciamento e a racionalização de materiais e de serviços. “Por isso, a Oficina Interlegis, que será promovida de forma gratuita, é uma grande oportunidade para este Tribunal e para as Câmaras Legislativas do Estado nortearem a efetiva implantação dos seus Planos”, disse. As inscrições já estão abertas no site do Senado Federal, no campo Interlegis.
Os dados do SNIS são captados anualmente junto aos municípios e aos prestadores de serviços de saneamento básico, seguindo o cronograma de coleta de cada componente. Os formulários de preenchimento contêm informações de caráter institucional, administrativo, operacional, gerencial, econômico-financeiro, contábil e de qualidade da prestação de serviços.
Em relação ao componente Água e Esgotos, em 2021, o serviço de abastecimento de água reuniu dados de 5.335 municípios brasileiros (95,8% do total), abrangendo 98,6% da população total (210,4 milhões) e, dessa, 99,2% da população urbana (179,3 milhões). Já com relação ao esgotamento sanitário, há dados de 4.774 municípios, abrangendo 174,9 milhões de habitantes da população urbana, o que representa 96,7% da população total do país.
Crédito da foto: Guto Kuerten (Acom-TCE/SC).
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