A fase preparatória de compra de inovação é considerada uma das etapas mais críticas de todo o processo de contratação. Aliás, esse é um consenso entre os apontamentos feitos pelos participantes do encontro promovido pelo Laboratório de Inovação do Controle Externo (Lince), do Tribunal de Contas de Santa Catarina (TCE/SC), e pela InovaGov SC (rede de inovação do setor público), nesta segunda-feira (11/8), na sede da Instituição. A iniciativa faz parte de uma série de diálogos institucionais sobre compras públicas de inovação.
A roda de conversa sobre o tema “Diagnóstico das fases preparatórias: papel dos laboratórios” contou com a participação de Alexandre de Oliveira, do Laboratório de Inovação de Santa Catarina (InovaLab SC); Pablo Benitez, do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC); Rodrigo Guidi, do Núcleo de Inovação do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC); além de Tatiana Custódio, do Lince. O consultor José Elias da Silva Júnior, da Balik Design Estratégico, mediou a troca de experiências entre os participantes.
Na oportunidade, os participantes compartilharam o trabalho desenvolvido por cada laboratório e falaram sobre os desafios e as barreiras nos sistemas de implantação de inovação no serviço público.
“Nosso maior desafio é aperfeiçoar o processo de compras de inovação, adotando uma metodologia sólida, que reduza inseguranças e incertezas ao longo de toda a jornada”, pontuou Tatiana Custódio, coordenadora do Lince.
No cenário da inovação aberta e da busca por soluções para desafios públicos, os laboratórios de inovação de Santa Catarina têm desempenhado um papel essencial. Eles funcionam como pontos de ligação entre equipes técnicas, setores de compras e o ecossistema de inovação, promovendo a aproximação entre o setor público e o mercado por meio de metodologias participativas, comunicação acessível e estratégias colaborativas.
“Eu vejo que a gente está numa curva de maturidade. Eu vejo aqui, nos relatos, a questão de tornar a inovação não um projeto de uma gestão, mas algo que perpasse gestões. Tem muito aprendizado ainda na caminhada. A inovação, para ser disruptiva, precisa de três pilares: pessoas, processo e tecnologia”, reforçou Jairo Wensing, assessor de Governança Estratégica de Tecnologia da Informação (Aget) do TCE/SC, que estava presente na plateia.
Mesmo com sua importância, esses laboratórios ainda enfrentam obstáculos institucionais, culturais e legais. Entre eles, estão o desconhecimento de conceitos como “desafios públicos”, “chamadas de soluções” e “contratação por resultados”; dificuldades para definir claramente os problemas; barreiras no diálogo com o mercado; e resistência a métodos que fogem do modelo tradicional.
“Inovação é um processo de construção. A gente tem trabalhado para ter indicadores e com isso agregar ainda mais valor ao uso da inovação na administração pública”, finalizou Tatiana.
O encontro teve como objetivos:
- Reforçar a importância dos laboratórios na fase de preparação das compras públicas de inovação;
- Trocar experiências sobre como apoiar a construção de problemas e incentivar a participação das equipes técnicas;
- Discutir barreiras e desafios internos que dificultam o trabalho;
- Identificar aprendizados e reunir propostas para aprimorar os processos.
Esse foi o primeiro de uma série de encontros que serão promovidos pelas instituições parceiras do InovaGov SC (Governo no Estado, Assembleia Legislativa, MPSC, TJSC e TCE/SC), buscando ampliar o conhecimento e o uso de práticas inovadoras nas compras públicas.
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